Bela Mentira
Cristhian Grey
A água quente alivia os meus músculos cansados. Primeiro dia de volta às
aulas e o treinador pegou pesado no treino, nós tivemos que levantar pneus de
tratores por todo o campo de futebol. Segundo o treinador precisamos perder
o peso que ganhamos durante as férias.
Saio do banho, me enrolando em uma toalha eu caminho até onde está a
minha bolsa, descansando sobre o banco do vestiário. Eu vejo David parado
na frente do seu armário, olhando para dentro do lugar vazio com tanta
atenção que parecia estar buscando as respostas do universo. Ele aparentava
estar nervoso e desconcentrado durante o treino de hoje.
Como Quarterback do time eu tenho que ficar atento aos jogadores e me
certificar de que eles tenham a sua mente no único lugar importante. No jogo.
Além disso, David, eu e Mark, o meu melhor amigo e um dos melhores
jogadores defensivos do time, dividimos uma casa em New Haven e embora
achasse David um idiota soberbo na maioria do tempo ele é o meu
companheiro de time. Companheiros de time deveriam ser como a sua
segunda família.
— Ei, homem. Está tudo bem? Você parece distraído hoje. — Ele suspira.
— Minha namorada. Anastácia. — Explica. — Ela começa a estudar hoje aqui e
isso está me deixando nervoso.
Agora tudo faz sentido. David tinha uma namorada da época do colégio, ele
falou sobre ela um par de vezes. Ela é um ano mais jovem que ele e só entrou
na universidade esse ano.
— Está com medo que ela descubra que você já a traiu com metade da
universidade? — Pergunto com as sobrancelhas erguidas.
Não tinha como a garota não descobrir, as mulheres e os homens falam
muito por aqui e David Callahan é um jogador quase pior do que eu. E eu sou
um muito ruim. Durante boa parte da minha vida o meu foco completo é
apenas no futebol, e o sexo me ajuda aliviar um pouco da pressão e tensão
que eu sinto. Uma boa noite de sexo é o melhor escape de todos.
— Sim, ela não pode descobrir de jeito nenhum. — Ele balança a cabeça, os
lábios estreitos com nervosismo. Ele parece realmente nervoso, o que me
surpreende, nunca pensei que David gostasse tanto da namorada, afinal ele a
traía constantemente. — Eu a amo. Nós namoramos desde os quinze anos.
Você entende? Ela é perfeita e é a garota com quem eu vou me casar um dia.
Todas as outras são só um pouco de diversão durante a universidade.
Está vendo? Idiota. Eu nunca amei nenhuma garota, mas não acho que trair
é uma boa indicação de que você realmente ama alguém.
— Você deveria ter pensado nisso antes de ficar com todas as garotas que
passavam na sua frente. Você nunca pensou que ela poderia entrar em Yale e
descobrir o que você faz pelas costas dela?
Não gosto de homens que agem dessa maneira, se fazem de bonzinhos, mas
pelas costas eram verdadeiros babacas, cheio de mentiras e promessa vazias
na ponta da língua. Eu preferia não fingir. Eu sou quem eu sou e as garotas
sabem o que esperar quando vão para a cama comigo, eu não finjo, nem
minto. O meu foco é o futebol e nada mais. Eu garanto que elas tenham um
bom tempo tanto quanto eu, mas é só isso.
Suas sobrancelhas se unem e ele passa as mãos asperamente pelos cabelos.
— Eu tinha esperança de que ela não entrasse. Mas, agora eu estou ferrado,
irmão. Eu não sei o que fazer.
Bato nas suas costas, querendo tranquilizá-lo. Ele está totalmente ferrado.
—Talvez ela não descubra. Não adianta se estressar antes do tempo.
— Tarde demais para não me estressar. Eu não posso perdê-la. Anastácia é
especial, ela é única, entende?
— Eu entendo. — Minto. — As coisas vão dar certo. Só tente evitar que
isso afete o seu desempenho no campo. Esse ano nós temos tudo para levar o Campeonato Nacional.
Ano passado nós perdemos por muito pouco para a North Dakota State. Eles
tinham o melhor time. Quando sai da escola recebi propostas de todas as melhores Universidades do país, com os melhores programas de futebol
americano, porque eu era o melhor Quarterback da escola e agora sou o
melhor do futebol americano universitário. Mas, eu ainda não sou o time de
um homem só, embora continuasse tentando.
Os Bulldogs não ganham o campeonato há muito tempo e eles não tinham o
melhor programa para futebol americano e nem os melhores jogadores, mas
eu queria ficar perto da minha família e ter uma boa formação além do
futebol.
Esse ano eu estou melhor, o nosso time também, eu pessoalmente escolhi
alguns dos novos recrutas com o treinador e não deixaria nada ficar no nosso
caminho para a vitória. Eu tenho patrocinadores e minha avó para cuidar,
minha vida não está ganha e eu não posso me dar ao luxo de falhar. O meu
futuro depende dessa vitória.
— Eu sei, eu sei. Você sabe que pode contar comigo. Eu sempre dou o meu
melhor em campo.
Eu sei disso. David é um dos jogadores mais velozes do time.
— Sua garota não vai ficar com a gente, vai? — Minhas sobrancelhas se
unem com a possibilidade de uma mulher vivendo conosco. Seria um
desastre.
— Não, ela vai ficar nos dormitórios.
— Bom. — Digo, aliviado. — Tenho certeza de que tudo vai ficar bem,
David. Ansioso para conhecer sua garota.
Estou atrasado para minha primeira aula do dia. A manhã é fria, ontem à
noite havia chovido e continua a chover e a ventar essa manhã, o que deixa o
chão molhado, por isso eu caminho devagar, não querendo correr o risco de
escorregar e cair. A última coisa que preciso é de um tendão rompido porque
tinha escorregado em uma poça de água.
Quase consigo ver as manchetes: Quarterback mais promissor da década
escorrega em uma poça de água e tem carreira que nem começou levada ao
fim.
Eu parei quando avistei uma pequena garota usando um casaco verde
brilhante, ela estava encolhida na peça de roupa quente e segurando um
guarda-chuva na cor correspondente ao casaco, fazendo-me perguntar se a
combinação é proposital. Pisco por um momento imaginando se não estava
vendo coisas, como um duende.
A garota também segura uma bolsa onde parece carregar mais do que seu
peso e ela está correndo. Sim, ela está correndo em direção ao gramado
coberto de poças de água enquanto segura um guarda-chuva. Porra. Sem
pensar duas vezes avanço em sua direção no momento em que percebo que
ela está prestes a correr em direção a uma armadilha escorregadia.
— Espere. — Eu digo, meus dedos se fecham no seu braço quando tento a
interromper, antes que ela caminhasse para a própria morte, tudo bem,
própria morte é um pouco exagerado, mas ela podia ganhar uma concussão
ou fraturar a coluna.
A garota olha para mim com suas sobrancelhas unidas e eu faço uma pausa
por um momento, estudando seu rosto. Ela parece um anjo. Grandes e
brilhantes olhos azuis, um nariz empinado e lábios pequenos e carnudos de
um tom profundo de rosa. Sua pele pálida parece incrivelmente suave ao
toque e suas bochechas e a ponta do seu nariz estão rosados pelo frio. Os seus
cabelos castanhos são surpreendentemente brilhantes com mechas cor de mel
e com cachos se espalhando em todas as direções.
Ela é de tirar o fôlego.
— Algum problema? — Ela pergunta, seus longos cílios piscando.
— Sim, esse gramado está coberto de água e escorregadio, sprite. Você
poderia cair e bater a cabeça.
— Você acabou de me chamar de sprite? — Questiona, os lábios carnudos
se abrindo em choque no mesmo momento em que os olhos se estreitam com acusação.
Sprite significa todos os tipos de criaturas mágicas, pequenas fadas ou
duendes.
— Ninguém nunca disse que você parece com um pequeno e bonito
duende? — Pergunto, com diversão, um sorriso se abrindo no meu rosto.
Eu vejo como seus olhos se mudam para os meus lábios se tornando ainda
mais brilhantes e a forma como sua garganta se move quando ela engole em seco.
Sim querida. Eu tenho uma boa aparência. Ela se recupera rapidamente e
suas sobrancelhas se franzem ainda mais.
— Deixe-me pensar. — Diz, seu tom é coberto de ironia. — Será que
alguém já me disse que eu pareço com uma criatura mística, superbaixa e
bizarra?
— A questão não é a altura. Os duendes são criaturas mágicas que tem o
poder de nos levar a potes de ouro no final de arco-íris. — Eu digo. — Eles
trazem sorte.
Seus olhos piscam com surpresa enquanto ela parece digerir minhas
palavras, eu sei que eu soei como um idiota. Deus sabe que eu posso fazer
melhor, mas minha mãe era irlandesa e ela sempre me contava as lendas
mitológicas da Irlanda, o Leprechaun ou sprite é uma das que eu sempre
gostava de ouvir.
Ela suspira e afasta o braço do meu aperto.
— Olha cara, eu estou atrasada para a minha primeira aula! Atrasada! —Ela
informa, nervosamente. — Eu não posso ficar discutindo sobre os duendes.
Eu tenho que ir.
Ela dá um passo à frente e eu pego novamente no seu braço, a
interrompendo.
— Eu vejo que você é caloura. Está tudo molhado e escorregadio, você vai
acabar caindo e quebrando alguma coisa.
Ela suspira com frustração. Eu deveria apenas deixar que ela fosse e talvez
acabasse caindo, às vezes aprender com os próprios erros ajuda, mas ela
podia se machucar seriamente e eu me sentiria culpado por não a ter
impedido.
— Eu não posso atravessar todo o Campus para chegar à aula. Esse é o
caminho mais curto. — Ela leva as mãos aos cabelos, com frustração. —
Como eu sou estúpida! Atrasada para minha primeira aula. Como as pessoas vão me deixar operar seus cérebros se eu não posso nem mesmo escutar a
droga do despertador?
Ela parece prestes a chorar e eu me sinto mal por ela. O primeiro ano da
universidade é difícil, claro, também é divertido, mas é um mundo completamente diferente onde você tinha que aprender a ser independente.
Isso é um desafio para muitas pessoas.
— As duas coisas não se relacionam. — Afirmo. — Você pode operar
cérebros e não ouvir o despertador.
— Não, eu não posso. Se eu me atrasar para uma cirurgia alguém pode
acabar morrendo.
Seus olhos se tornam impossivelmente maiores quando se arregalam. Eu
quase rio com seu desespero. Ela ainda está no primeiro ano da universidade
e cursar medicina levava pelo menos oito anos, ela aprenderia muita coisa
durante esse período.
— Você está pensando muito a frente, sprite. — Afirmo. — Agora, eu vou
ajudá-la a atravessar o gramado para que você possa ir a sua primeira aula.
Ok?
Seus olhos me fitam com surpresa.
— Você não precisa fazer isso. Sério.
— Eu também tenho que chegar a minha aula. — Explico.
— Sério? — Ela perguntou com desconfiança.
— Sim. — Aceno, estendendo minha mão para ela. — Vamos fazer isso?
Ela suspirou, em seguida, colocou a sua mão na minha. Eu noto como sua
pele é quente e tão macia quanto veludo quando fecho os meus dedos sobre
os seus.
— Vamos. — Ela concorda, os olhos fixos nos meus, cheios de confiança.
Nós damos o primeiro passo e ela se agarra ao meu braço. — Eu amo a
chuva, mas quando eu posso ficar debaixo das cobertas tomando chocolate
quente e assistindo todas as temporadas de Law & Order SVU.
— Você tem idade para assistir Law & Order, sprite? — Pergunto. Minha
bota desliza um pouco, mas logo me recomponho.
— Você vai mesmo continuar a me chamar de sprite? — Questiona quando
tentamos desviar das poças de água, não queria nem ver quando começasse o
inverno e o chão estivesse coberto de gelo.
Ela estava agarrada a mim como se sua vida dependesse disso, seus seios
completamente pressionados contra o meu braço, me sinto um idiota quando
meu pau começa a se animar nas minhas calças com a proximidade do seu
corpo.
— Incomoda você? — Eu indago, olhando para ela, que por sua vez olha
para onde nossos pés pisam.
sprite é inegavelmente linda, até mesmo o seu perfil é perfeito, com aquele
nariz arrebitado, os grandes olhos azuis e a boca. Nunca tinha visto um rosto
tão bonito. Ela parece pensar na minha pergunta por um instante antes de
encontrar o meu olhar e sorrir.
— Na verdade não. Eu gosto da ideia do pote de ouro no final do arco-íris.
— Ela diz. — Embora como você pode ver eu não trago muito sorte para
mim quem dirá para os outros.
Se eu pensava que ela era linda antes, quando ela sorria, se tornava algo
muito além de bonita. Um sorriso de dentes brancos e retos se abria em seu
rosto, mostrando duas covinhas adoráveis em cada lado do seu rosto e a
tornando deslumbrante. Minha avó diria que ela tem um sorriso que poderia
iluminar uma sala.
Eu pisco por um momento, deslumbrado com o seu sorriso. Os olhos dela se
arregalaram antes dela deslizar, indo em direção ao chão, eu consigo pegá-la
a tempo, meus braços contornando a sua cintura e ela se agarra a mim, um
braço em volta do meu pescoço enquanto o outro segura o guarda-chuva, nós
tentamos nos manter em pé, nossos pés deslizando um no outro.
Ela está rindo, seu corpo esguio tremendo contra o meu.
— O que é tão engraçado, sprite? — Pergunto, mas eu também estou rindo.
Quando nós paramos de deslizar acabamos abraçados sobre o gramado, a
chuva forte caindo sobre nós, ainda rindo durante o tempo em que tentamos
nos manter em pé. Nossas respirações e risos se misturam no ar entre nossos
corpos. Duende é pequena, ela não deveria ter mais de 1,60 de altura. Sua
cabeça mal atinge o meu peito, mas para ser justo eu sou alto demais Eu estudo o seu rosto com atenção, diria que até com intensidade, ela ainda
está sorrindo, mas seu sorriso some quando percebe minha atenção fixa nela, Ela parece prestes a chorar e eu me sinto mal por ela. O primeiro ano da
universidade é difícil, claro, também é divertido, mas é um mundo completamente diferente onde você tinha que aprender a ser independente.
Isso é um desafio para muitas pessoas.
— As duas coisas não se relacionam. — Afirmo. — Você pode operar
cérebros e não ouvir o despertador.
— Não, eu não posso. Se eu me atrasar para uma cirurgia alguém pode
acabar morrendo.
Seus olhos se tornam impossivelmente maiores quando se arregalam. Eu
quase rio com seu desespero. Ela ainda está no primeiro ano da universidade
e cursar medicina levava pelo menos oito anos, ela aprenderia muita coisa
durante esse período.
— Você está pensando muito a frente, sprite. — Afirmo. — Agora, eu vou
ajudá-la a atravessar o gramado para que você possa ir a sua primeira aula.
Ok?
Seus olhos me fitam com surpresa.
— Você não precisa fazer isso. Sério.
— Eu também tenho que chegar a minha aula. — Explico.
— Sério? — Ela perguntou com desconfiança.
— Sim. — Aceno, estendendo minha mão para ela. — Vamos fazer isso?
Ela suspirou, em seguida, colocou a sua mão na minha. Eu noto como sua
pele é quente e tão macia quanto veludo quando fecho os meus dedos sobre
os seus.
— Vamos. — Ela concorda, os olhos fixos nos meus, cheios de confiança.
Nós damos o primeiro passo e ela se agarra ao meu braço. — Eu amo a
chuva, mas quando eu posso ficar debaixo das cobertas tomando chocolate
quente e assistindo todas as temporadas de Law & Order SVU.
— Você tem idade para assistir Law & Order, sprite? — Pergunto. Minha
bota desliza um pouco, mas logo me recomponho.
— Você vai mesmo continuar a me chamar de sprite? — Questiona quando
tentamos desviar das poças de água, não queria nem ver quando começasse o
inverno e o chão estivesse coberto de gelo.
Ela estava agarrada a mim como se sua vida dependesse disso, seus seios
completamente pressionados contra o meu braço, me sinto um idiota quando
meu pau começa a se animar nas minhas calças com a proximidade do seu
corpo.
— Incomoda você? — Eu indago, olhando para ela, que por sua vez olha
para onde nossos pés pisam.
sprite é inegavelmente linda, até mesmo o seu perfil é perfeito, com aquele
nariz arrebitado, os grandes olhos azuis e a boca. Nunca tinha visto um rosto
tão bonito. Ela parece pensar na minha pergunta por um instante antes de
encontrar o meu olhar e sorrir.
— Na verdade não. Eu gosto da ideia do pote de ouro no final do arco-íris.
— Ela diz. — Embora como você pode ver eu não trago muito sorte para
mim quem dirá para os outros.
Se eu pensava que ela era linda antes, quando ela sorria, se tornava algo
muito além de bonita. Um sorriso de dentes brancos e retos se abria em seu
rosto, mostrando duas covinhas adoráveis em cada lado do seu rosto e a
tornando deslumbrante. Minha avó diria que ela tem um sorriso que poderia
iluminar uma sala.
Eu pisco por um momento, deslumbrado com o seu sorriso. Os olhos dela se
arregalaram antes dela deslizar, indo em direção ao chão, eu consigo pegá-la
a tempo, meus braços contornando a sua cintura e ela se agarra a mim, um
braço em volta do meu pescoço enquanto o outro segura o guarda-chuva, nós
tentamos nos manter em pé, nossos pés deslizando um no outro.
Ela está rindo, seu corpo esguio tremendo contra o meu.
— O que é tão engraçado, sprite? — Pergunto, mas eu também estou rindo.
Quando nós paramos de deslizar acabamos abraçados sobre o gramado, a
chuva forte caindo sobre nós, ainda rindo durante o tempo em que tentamos
nos manter em pé. Nossas respirações e risos se misturam no ar entre nossos
corpos. Duende é pequena, ela não deveria ter mais de 1,60 de altura. Sua
cabeça mal atinge o meu peito, mas para ser justo eu sou alto demais Eu estudo o seu rosto com atenção, diria que até com intensidade, ela ainda
em seus lábios carnudos e nos seus olhos brilhantes como luzes de natal.
Meu coração bate acelerado em meu peito e eu não sei se é o momento ou a
proximidade do seu corpo, mas eu me pego pensando que realmente gostaria
de beijá-la. Quando seus olhos azuis cedem para minha boca com uma
intensidade que, imagino, se assemelha a minha, pergunto-me se ela queria o
mesmo e tanto quanto eu.
Continua.......
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